Ensaio produtivo com vitelos | ||
Data de início: 01/02/2017 | Data de conclusão: 31/09/2017 | Duração: 8 meses |
Objetivos, descrição e resultados esperados |
Serão utilizadas duas dietas completas para vitelos em fase de engorda. As dietas incluirão como base forrageira feno numa proporção de 30:70 relativamente ao alimento concentado. Os alimentos concentrados serão produzidos no Polo de Investigação da Fonte Boa, sendo os principais componentes energéticos a cevada (Controle) ou PDC no nível determinado com base nos resultados da tarefa 2 (T1). O nível de óleo nas dietas completas será de 6%.
Vinte vitelos da raça Alentejana serão usados para a realização do ensaio. Os vitelos serão desmamados com cerca de 180 dias de idade e distribuídos aleatoriamente em 10 parques - 2 vitelos por parque e 5 parques por dieta. Os vitelos serão mantidos nas instalações experimentais do Polo da Fonte Boa, em parques ao ar livre com uma área mínima de 30 m2. Terão sempre água à disposição.
Será considerado um período de 21 dias para a adaptação dos animais às condições experimentais e para proceder às intervenções veterinárias.
A duração ensaio será de 6 meses, cerca de 14 meses de idade dos animais, altura em que serão abatidos.
A ingestão diária será controlada e os vitelos serão pesados individualmente a cada 14 dias.
Durante o período experimental em cada 3 semanas serão constituídas amostras compositas das 2 dietas, que serão enviadas para o laboratório para a determinação das análises químicas.
No final do ensaio, os novilhos serão pesados antes e após um período de jejum de 24 horas, sendo insensibilizados e abatidos no matadouro experimental do Polo de Investigação da Fonte Boa.
Imediatamente após o abate, será recolhida uma amostra de sangue para a avaliação do estado antioxidante dos animais (Tarefa 8). Serão colhidas amostras dos conteúdos ruminal e do abomaso.
Será imediatamente determinado o pH no rumen e as amostras serão congeladas, liofilizadas e mantidas a -80ºC até os procedimentos analíticos. O conteúdo do rumen será amostrado e as amostras serão congeladas, liofilizadas e mantidas a -80 ˚C até a análise do microbioma (Tarefa 9).
Será avaliada a incidência de paraqueratose nas paredes do rumen conforme se descreveu na Tarefa 3.
As carcaças serão divididas em duas metades que serão pesadas e mantidas 10 horas a 10 °C, para evitar encurtamento pelo frio. Depois que as carcaças serão refrigeradas a 2 °C até 72 horas após o abate. Então, as carcaças serão classificadas para o acabamento e conformação de acordo com o sistema de classificação da UE.
Serão colhidas amostra do músculo Longissimus lumborum (Ll) entre L1 e L4 vértebras. Cinco sub-amostras serão preparadas, sendo uma enviada para o laboratório para a avaliação da composição química e as outras 4 utilizadas para avaliar a estabilidade de cor e dos lípidos e os parâmetros físicos da qualidade da carne nos dias 3, 7, 14 e 21 após o abate.
As amostras serão colocadas individualmente numa bandeja de poliestireno, envolta por filme de cloreto de polivinilo permeável oxigénio e mantidas a 2 °C. Em cada dia, serão determinados os parâmetros de cor, sendo então as amostras divididas em 2 sub-amostras: uma será embalada no vácuo e armazenadas a -80 °C até a análise da oxidação de lípidos; a outra será utilizada mantida -20 °C a para avaliação do pH, das perdas por cozedura, da força de corte e da qualidade sensorial. Serão recolhidas amostras de gordura subcutânea na região dorsal, ao nível da 13ª vértebra.
O modelo estatístico utilizado para estudar as características de carcaça e ganho de peso vivo incluirá o efeito dos tratamentos, com 2 níveis sendo a unidade experimental será o parque (5 repetições por tratamento). O procedimento GLM do SAS será usado. Para as variáveis avaliadas ao longo do tempo, como a cor da carne, a força de corte, o pH ou parâmetros sensoriais, será utilizado o Proc Mixed do SAS, combinando o fixo efeito da dieta (Controlo e T1) com o tempo de maturação (3, 7, 14 e 21 dias) como fator de contínuo e do animal como efeito aleatório.
Esta tarefa será coordenada pelo INIAV, com a cooperação de CEBAL nos procedimentos de abate. Contamos com a colaboração da Faculdade de Medicina Veterinária, nomeadamente dos Professores José Pedro Cardoso Lemos para a programação dos trabalhos e para a análise dos resultados, pela sua experiência no campo da produção e avaliação da qualidade da carne de bovinos. Com base nos resultados desta tarefa, esperamos obter dados importantes sobre o efeito dos tratamentos sobre o desempenho vitelos durante a engorda, sendo também possível avaliar o impacto na qualidade e composição da carcaça. Além disso, irão recolher-se as amostras necessárias para o estudo dos efeitos na qualidade da carne e do valor nutritivo baseado na composição em ácidos gordos.
Membros da equipa envolvidos nesta fase:
- INIAV - Alexandra Francisco; Teresa Dentinho; António Sequeira; José Santos Silva
- CEBAL - Eliana Jerónimo
- FMV - José Pedro Lemos; Rui Bessa; Susana Alves (colaboração)