Está concluído o ensaio para avaliar o efeito do ácido tânico na degradabilidade ruminal do amido, da matéria seca (MS) e da proteína da cevada. Realizámos um ensaio com 2 repetições em que utilizámos 2 carneiros com cânulas ruminais permanentes. A cevada foi moída, passada por um crivo de 3 mm e aspergida com soluções aquosas contendo 0%, 2.5%, 5%, 7.5% e 10% de ácido tânico.
As amostras de cevada tratada (6g) foram pesadas para sacos de nylon, que foram incubados no rúmen dos carneiros canulados durante 2, 4, 8, 16 e 24 horas.
A cevada tratada e os resíduos que ficaram nos sacos após incubação no rúmen foram analisados para determinação da MS, do amido e da proteína. Os resultados obtidos estão resumidos nos gráficos 1a, 1b e 1 c.
Gráfico 1a - Efeito do tratamento da cevada com ácido tânico no desaparecimento ruminal da matéria seca
Gráfico 1b - Efeito do tratamento de cevada com ácido tânico no desaparecimento ruminal do amido
Gráfico 1c - Efeito do tratamento de cevada com ácido tânico no desaparecimento ruminal da proteína
De acordo com os resultados verifica-se que o tratamento diminuiu o desaparecimento da matéria seca e do amido apenas nas primeiras horas de incubação. O efeito não parece ser aditivo, porque os resultados parecem ser independentes do nível de inclusão de ácido tânico.
Os resultados obtidos para a proteína não foram tão expressivos e devido à maior variabilidade, os resultados não forma significativos em nenhuma das horas.
Os resultados foram ajustados à equação P=A+B(1-e-Ct), descrita por Orskov and McDonald (1979) em que P representa o desaparecimento dos alimentos dos sacos após o tempo t, A a fração solúvel ou rapidamente degradada, B a fração não solúvel e lentamente degradada e C a taxa de degradação de b. Os resultados encontrados para o amido são apresentados no Gráfico 2
Gráfico 2 - Desaparecimento do amido ao longo do tempo de incubação
Este conjunto de resultados permite concluir que o tratamento com ácido tânico foi eficaz na redução da degradabilidade do amido presente no grão de cevada nas primeiras horas de incubação ruminal. Contudo, o desparecimento do amido após 2 horas de incubação foi superior a 90% em todos os casos. Estes resultados sugerem que os efeitos dos tratamentos a nível do ecossistema ruminal sejam residuais, não se prevendo alterações significativas em termos da bioidrogenação.
Os trabalhos do projeto vão prosseguir com os ensaios com borregos em produção, que terão início neste mês de março.