A aguardente vínica envelhecida é uma das bebidas espirituosas mais representativas, atendendo à produção e comércio a nível internacional. A sua produção nos países tradicionalmente vitivinícolas, localizados sobretudo na Europa, tem associada uma longa história e um papel socioeconómico relevante. Portugal assume uma posição importante neste cenário por possuir um número considerável de Denominações de Origem de aguardente vínica. Entre elas, a ‘Lourinhã’ destaca-se como Denominação exclusiva para este fim, tal como as regiões francesas de ‘Cognac’ e de ‘Armagnac’.
Na Europa, o envelhecimento da aguardente vínica em vasilha de madeira é uma etapa crucial da tecnologia de produção, por conferir características sensoriais inexistentes no destilado vínico. Pese embora a elevada qualidade da aguardente vínica assim obtida, esta tecnologia de envelhecimento tem alguns inconvenientes de natureza económica, associados à baixa produtividade e aos custos elevados, e ambientais, associados à procura crescente de madeira, recurso com disponibilidade limitada.
Novas tecnologias de envelhecimento, sobretudo baseadas na adição de fragmentos de madeira à aguardente vínica conservada em depósitos de aço inoxidável, têm importância crescente para a indústria enquanto alternativa sustentável à tecnologia tradicional. Nos últimos treze anos, a equipa do projeto tem estudado as implicações fisico-químicas e sensoriais desta tecnologia. Nesses estudos, foi possível concluir que o estado de oxidação da aguardente vínica deve ser considerado, a par dos efeitos induzidos por outros fatores, tais como o tipo de madeira e o nível de queima da madeira. Face ao escasso conhecimento sobre reações de oxidação que ocorrem durante o envelhecimento da aguardente, o Projeto OXYREBRAND pretende encontrar resposta para aqueles efeitos e proporcionar uma visão mais abrangente da nova tecnologia.