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A fasciolose é uma parasitose hepática causada por tremátodes do género Fasciola. Em Portugal, a espécie presente é Fasciola hepatica. Trata-se de um dos maiores tremátodes do mundo, podendo medir até 30 mm de comprimento por 13 mm de largura. O desenvolvimento de F. hepatica implica um ciclo de vida complexo, que para se completar necessita de um molusco hospedeiro intermediário da família Lymnaeidae, geralmente Galba truncatula. Para o estabelecimento da infeção é necessário que existam no mesmo local hospedeiros definitivos e hospedeiros intermediários.
Este parasita infeta uma ampla gama de hospedeiros, incluindo o ser humano, pois trata-se de um agente zoonótico. Os pequenos ruminantes são especialmente sensíveis, podendo reinfectar-se várias vezes ao longo da vida uma vez que não desenvolvem imunidade a esta parasitose. Dependendo da carga parasitária, os sinais clínicos incluem anemia, distensão abdominal e morte súbita durante a fase de migração das formas larvares pelo parênquima hepático (fase aguda), e anemia, fraqueza, edema submandibular e diminuição da produção de leite, derivado da presença dos parasitas adultos nos ductos biliares (fase crónica).
Os ovos produzidos pelos adultos são transportados primeiro para o lúmen intestinal com a bílis e depois para o exterior com as fezes onde podem ser detetados recorrendo a técnicas coprológicas, como a técnica de sedimentação.
A infeção resulta também na produção de anticorpos que podem ser pesquisados utilizando técnicas serológicas.
A técnica de sedimentação deteta apenas as infeções crónicas, ao passo que as técnicas serológicas permitem diagnosticar tanto os estádios iniciais da infeção, antes de haver produção de ovos, como as infeções crónicas, mesmo quando a produção de ovos é baixa.
Os anticorpos deixam de ser detetáveis 6 a 12 meses após a eliminação do parasita.
A barra azul representa a percentagem de amostras positivas, onde se detetaram anticorpos contra F. hepatica e a laranja a de amostras negativas.
A barra azul representa a percentagem de amostras de fezes positivas para a presença de ovos e a laranja a de negativas.
O diagrama de caixa (box-plot) apresenta somente os resultados obtidos para os ovinos da raça Merina Branca pois não se detetaram ovos nas fezes dos ovinos da raça Merina Preta. A linha horizontal que divide a caixa indica o valor mediano de ovos por grama de fezes (OPG) observado, a linha inferior o valor mínimo e a superior o valor máximo. Os valores atípicos (outliers) são representados por um círculo.