Eimeriose, ou coccidiose, como também é conhecida, é uma doença causada por protozoários do género Eimeria, pertencentes à ordem Coccidia.
A coccidiose é uma das doenças economicamente mais importantes dos ovinos. As infeções envolvem geralmente várias espécies, a maioria das quais são inofensivas. As consideradas mais patogénicas e capazes de causar doença clínica no caso de infeções severas são Eimeria ovinoidalis e Eimeria crandallis.
A coccidiose clínica é mais frequente em borregos com 4 a 8 semanas de idade, sendo menos comum em animais com mais de 3 meses, a menos que estejam debilitados. Os animais infetam-se pela ingestão da forma de resistência do parasita, os oocistos, presentes no solo e superfícies contaminadas. Os oocistos são extremamente resistentes à dissecação, às baixas temperaturas e a muitos desinfetantes, podendo sobreviver por longos períodos de tempo, inclusivamente durante o inverno. No interior do intestino, os oocistos libertam as formas infetantes do parasita, os esporozoítos, que invadem as células intestinais onde se multiplicam em vários ciclos de reprodução assexuada, dando origem a novos oocistos. Estes emergem das células intestinais, provocando a sua rotura, e são eliminados para o exterior nas fezes. Os danos significativos do revestimento epitelial do intestino, provocam diarreia que pode conter muco ou sangue. Isto é frequentemente acompanhado por fraqueza, dor, perda de peso e por vezes morte dos animais.
Os animais em áreas de pastoreio intensivo ou confinamento apresentam maior risco devido à concentração de oocistos eliminados pelos outros borregos e por adultos com infeções subclínicas, os principais responsáveis por manter a contaminação ambiental. Por outro lado, o stress de sobrelotação, a mudança de ração e as condições climáticas severas contribuem também para o agravamento do quadro clínico.
A barra azul representa a percentagem de amostras de fezes positivas para a presença de oocistos e a laranja a de negativas.
O diagrama de caixa (box-plot) apresenta os resultados obtidos nos ovinos da raça Merina Branca e Merina Preta. A linha horizontal que divide a caixa indica o valor mediano de oocistos por grama de fezes (OoPG) observado, a linha inferior o valor mínimo e a superior o valor máximo. Os valores atípicos (outliers) são representados por um círculo.