Como muito bem referido no relatório “COWPEA: Post-HarvestOperations” de 2004 da FAO: “O feijão-frade é a cultura Africana mais versátil: alimenta as pessoas, o gado e a cultura seguinte.”

O feijão-frade é a leguminosa com maior impacto económico em África. Nas zonas Ocidental e Central desse continente, milhares de famílias dependem das sementes para a sua alimentação, da parte vegetativa para a alimentação do gado e até para retorno financeiro com a venda dos excedentes.

  • Nessas mesmas zonas, o feijão-frade é referido como o “cultivo da época de fome” porque alimenta as famílias quando as reservas de cereais já se esgotaram e a nova plantação não está pronta para colheita.
  • Ainda na África Ocidental e Central, o feijão-frade é importantíssimo para aumentar a produtividade dos cereais, não só porque enriquece o solo com azoto, mas também porque devido à sua adaptação ao ambiente extremo, supera em crescimento as ervas daninhas.
  • A elevada tolerância do feijão-frade ao calor e à seca, permite um crescimento vigoroso em condições de stress abiótico não toleradas por outras leguminosas. Este tipo de feijão parece então ter potencialidade para suportar as alterações climáticas previstas. Em adição, estas características de resiliência deverão reservar pistas científicas que poderão ser aplicadas e facilitar o melhoramento de outras espécies.
  • O feijão-frade apresenta um elevado conteúdo em compostos bioativos, úteis na prevenção das mais diversas doenças e com ação anti-inflamatória. Estes benefícios foram atribuídos às propriedades antioxidantes do conteúdo elevado de polifenóis e flavonóis que não acontece nas outras leguminosas.
  • Em Portugal temos algumas variedades locais, que foram selecionadas pelos agricultores ao longo de gerações, para suportar o clima mediterrânico. Estas variedades estão, por isso, extremamente bem-adaptadas ao meio severo que se faz sentir no interior do país. É importante não perder esta valiosa variabilidade.

 

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