Portugal apresenta um deficit comercial importante nos cereais e bagaços de oleaginosas, que são os principais componentes dos alimentos compostos utilizados na produção pecuária.
Encontrar alternativas a estas matérias-primas contribui para equilibrar a balança comercial, melhorar a utilização dos recursos endógenos e a sustentabilidade dos sistemas de produção animal.
Em 2014 o grau de autoaprovisionamento da carne de bovino nacional foi inferior a 50 % e o deficit comercial foi superior a 350 M€.
A maior concentração de vacas aleitantes está no Alentejo, e aumentou nos últimos anos.
A produção de carne é maioritariamente proveniente de animais cruzados, nascidos de vacas cruzadas ou de vacas puras das raças autóctones (Alentejana, Mertolenga e Preta).
Os vitelos são submetidos a um período de crescimento e engorda antes do abate com forte incorporação de alimentos compostos nas dietas e são abatidos com pesos e idades variáveis, originando dois produtos principais, o vitelão (abate com idades inferiores a 12 meses) e o novilho (abate entre os 12 e os 24 meses idade).
A utilização de forragens ricas em leguminosas, com variedades bem adaptadas a muitas situações ambientais de Portugal, de elevado valor alimentar, nas dietas para ruminantes, nomeadamente as e com elevado teor em proteína e de elevada digestibilidade, poderá ser uma forma de reduzir a quantidade de alimentos concentrados proteicos.
Por outro lado, a valorização e incorporação de subprodutos das agroindústrias, como as polpas desidratadas de beterraba e decitrinos ou a casca de soja, poderá ser uma forma de reduzir a incorporação de cereais nas dietas destes animais.
O Grupo Operacional tem como objetivo testar dietas não convencionais no crescimento e engorda de vitelões, promovendo a utilização de forragens de alto valor alimentar e de subprodutos agroindustriais, cuja utilização permitirá reduzir os custos de produção contribuindo assim para a sustentabilidade e competitividade deste setor.