Aumento da sustentabilidade ambiental na engorda de novilhos
Projeto LegForBov - Alimentos alternativos na produção de carne de bovino
Santos-Silva, J.; Alves, S. P.; Francisco, A.; Portugal, A. P.; Dentinho, M. T.; Almeida, J.; da Silva, J. L. R.; Fialho, L.; Cachucho, L.; Jerónimo, E.; Barradas, A.; Rodrigues, A.; Rodrigues, N.; Teixeira, R.; Domingos, T.; Bessa, R. J. B.
A alimentação dos novilhos em acabamento é frequentemente baseada em concentrados comerciais, que são compostos essencialmente por matérias-primas importadas. Dietas baseadas em forragens de alta qualidade podem ser uma alternativa mais sustentável, por estimular a economia local e reduzir a competição com os humanos por alimentos, a dependência da importação de cereais e bagaços de oleaginosas e a pegada de carbono. Dezasseis touros cruzados Limousine x Alentejana, foram alojados individualmente e aleatoriamente atribuídos a duas dietas, durante um período de acabamento de 64 dias. A dieta de controlo (C) foi baseada em concentrado comercial (Biona Diobife Top2 GRA, DeHeus, Cartaxo) e a dieta de experimental foi uma dieta completa (TMR), com 54% da matéria seca (MS) como fenosilagem de forragem biodiversa (SpeedMix, Fertiprado, Vaiamonte), 36% da MS como concentrado e 10% da MS como sementes de girassol. As dietas tinham 16% de DM de proteína bruta e foram oferecidas ad libitum. O consumo foi controlado diariamente e o peso vivo quinzenalmente ao longo do período de ensaio. A produção de metano foi avaliada individualmente, utilizando uma unidade GreenFeed (C-Lock, Rapid City, SD, EUA). O abate realizou-se em condições comerciais, no Matadouro Industrial de Santarém. Realizou-se uma Análise do Ciclo de Vida para estimar a pegada de carbono associada ao período de acabamento. O ganho de peso diário foi semelhante entre as dietas (1718 g/dia). A ingestão de matéria seca foi 9% mais elevada com TMR, que se traduziu numa maior ingestão de gordura e fibra e a numa menor ingestão de amido. O índice de conversão da MS foi 20% mais elevado para TMR, mas o custo de alimentação comunicado por quilograma de ganho de peso vivo foi semelhante entre as dietas. O consumo de concentrado foi 46% mais baixo, mas a produção de metano foi 75% mais elevada com TMR, o que resultou numa pegada de carbono semelhante entre as duas dietas, se reportada ao quilograma de ganho de peso vivo. A TMR com elevada inclusão de forragem não comprometeu a performance de crescimento ou a qualidade da carne dos animais, melhorou o valor nutricional da gordura e não tive impacto nos custos de alimentação nem na pegada de carbono durante a fase de acabamento dos novilhos, pelo que pode ser uma alternativa às dietas convencionais utilizadas no acabamento de novilhos
Palavras chave: novilhos; dietas completas; qualidade da carne; pegada de carbono; Greenfeed
Trabalho financiado pelo PDR2020 através do FEADER pelo projeto LegForBov (PDR2020-101-031179) e também FEDER através do COMPETE 202, projeto GreenBeef – Rumo à produção de carne Angus em Portugal, neutra em carbono (047050)