Pragas e Doenças do castanheiro

As maiores ameaças para o castanheiro Europeu em Portugal e na Europa, continuam a ser as que resultam de stresses bióticos, nomeadamente os provocados pela doença da tinta provocada por oomicetas do género Phytophthora spp., o cancro, Cryphonectria parasitica (Murrill) M.E. Barr, introduzido na Europa, a partir dos Estados Unidos, em 1938, tendo sido responsável pela quase total destruição das florestas de castanheiro nos Estados Unidos (Bhiragi et al., 1946) e a vespa, Dryocosmus kuriphilus Yasumatsu, responsável pela doença das galhas do castanheiro “gall wasp”, introduzida na Europa em 2002. 

Os oomicetas do género Phytophthora são considerados patogénios muito graves, já que afectam um grande número de espécies anuais e perenes por todo o mundo. Phytophthora cinnamomi, agente causal da doença da tinta, constitui uma séria ameaça para o castanheiro na Europa e na América do Norte, introduzido em ambos os continentes, a partir da Ásia por volta dos anos de 1800. Na Península Ibérica, P cinnamomi é talvez o agente com maior patogenicidade para a espécie C. sativa (Vettraino et al., 2001). Em Portugal, afeta a produção de fruto, com grande importância económica para o país, levando a uma baixa produtividade dos soutos portugueses.

A partir de 2002 a vespa, Dryocosmus kuriphilus Yasumatsu, responsável pela doença “gall wasp”, que foi identificada pela primeira vez na Europa, especificamente na zona Noroeste de Itália tornou-se uma séria ameaça para o castanheiro. Este inseto, nativo da China, foi introduzido acidentalmente no Japão (1941), Coreia (1963) e Estados Unidos da América (1974). Causa o desenvolvimento de galls (galhas) nas folhas, gomos ou inflorescências e tem um efeito nocivo tanto no crescimento, como na produção da árvore.

Tanto para o cancro como para a doença das galhas, existe controlo biológico disponível, o primeiro através de estirpes hipovirulentas do fungo, o segundo através de parasitóides, como são exemplo Torymus sinensis. Para a doença da tinta não existe controlo biológico disponível e os métodos químicos não têm revelado eficácia duradoura, nem são ambientalmente aceitáveis atualmente, pelo que o controle da doença passa pela utilização de porta-enxertos com resistência melhorada a Phytophthora cinnamomi, através de melhoramento genético.

  

Sintoma de tintaSintoma de cancroSintoma de galhas da vespa
tinta cancro galha

 

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