Importância Económica

O castanheiro sendo uma espécie de dupla aptidão, produção de madeira e fruto, é cultivado em Portugal para a produção de castanha principalmente, a madeira de castanheiro perdeu importância nos últimos anos no nosso país, ao contrário de Espanha.

A área de colheita de castanha e produção, a nível mundial, têm vindo a aumentar consistentemente ao longo dos últimos anos. A produção passou de cerca de 1,5 mil toneladas em 2006 para perto de 2 mil toneladas em 2010. A análise da evolução da produção e da área de colheita permite constatar que o ritmo de crescimento da produção (5,6%) foi superior ao da área (3,4%) o que é revelador de um aumento da produtividade, que passou de 3,35 toneladas/ hectare em 2006 para 3,73.

A China é o maior produtor mundial, tendo produzido em 2010 mais de 80% do total mundial. Já Portugal foi o 7º maior produtor, com uma produção ligeiramente superior a 1% do total. A China, além de ser o maior produtor mundial, detém também a maior área de produção. O país tem uma produtividade que é cerca de duas vezes superior à da Grécia (o segundo país mais produtivo).

Portugal, apesar de apresentar a 5ª maior área de colheita é apenas o 7º maior produtor, o que reflete uma produtividade muito inferior à dos restantes países analisados. De acordo com a informação recolhida junto dos elementos pertencentes à fileira da castanha em Portugal, os valores oficiais apresentados para a produção de castanha em Portugal e Espanha ficam aquém dos valores reais, por força do peso do mercado paralelo, do autoconsumo e da não divulgação de toda a informação disponível. Acresce ainda a falta de um inventário rigoroso ao território para determinar com exatidão a área do território ocupada por castanheiro. 

Com base nesta informação e na análise da produtividade registada pelas principais associações do sector é possível estimar que a produção de castanha em Portugal se possa situar entre as 35.000 e as 45.000 toneladas por ano.

Segundo dados oficiais de 2012, Portugal foi o 4º maior exportador de castanha a nível mundial, sendo a China o primeiro, seguida pela Itália e pela Coreia do Sul. Analisando os dados mais recentes do INE e do FAOSTAT de 2012, é visível que, apesar do aumento registado na área de colheita entre 2006 e 2010, a quantidade produzida tem vindo a decair, sendo assim possível inferir que em Portugal a produtividade tem vindo a diminuir nos anos mais recentes. (in: Estudo Económico do Desenvolvimento da Fileira da Castanha – Fórum Florestal)

A castanha ocupa o sexto lugar nas exportações nacionais de frutos frescos. A produtividade por hectare é menos de metade do valor potencial, para o que muito contribui o elevado défice em materiais genéticos melhorados para a resistência às principais doenças, tanto no mercado nacional, como no internacional: a doença da tinta e o cancro do castanheiro. A tinta continua a ser a principal ameaça para o castanheiro. A luta química, que foi sendo utilizada nas últimas décadas, tem provado não ser nem eficaz, nem ambientalmente aceitável. Por outro lado, não existe controlo biológico disponível, como existe para o cancro, através da hipovirulência, ou para a praga da vespa das galhas do castanheiro, através do parasitoide Torymus sinensis. O mercado europeu revela um elevado défice de porta-enxertos de castanheiro melhorados para a resistência à doença da tinta, para plantação.

O castanheiro na sua vertente frutícola é enxertado com variedades de castanha, pelo que os porta-enxertos híbridos melhorados, provenientes de cruzamentos entre a espécie Europeia e as espécies Asiáticas, deverão ter, para além da resistência, compatibilidade com as variedades regionais de castanha.

 

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As castanhas de castanheiro europeu têm alta cotação nos mercados nacional e internacional, por serem um produto com excelentes qualidades organoléticas, sem glúten, possuem aminoácidos essenciais, lípidos de boa qualidade e quantidades significativas de fibra e minerais, com destaque para o ferro.

O castanheiro é uma espécie compatível com explorações multifuncionais que diversificam e valorizam a produção (frutos, cogumelos, agroturismo, produtos com valor acrescentado, como farinhas, bolos, geleias).

O rendimento proveniente da cultura do castanheiro para produção de castanha, tem forte impacto económico nas regiões de montanha do SW Europeu, fator crucial para contrariar a tendência de desertificação destas regiões.

 

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