A batata-doce (Ipomoea batatas L.), originária da América Central e Sul, é rica em β-caroteno, vitaminas A e C, açúcares com baixos índices glicémicos, fibras e antioxidantes.
A produtividade da batata-doce no Perímetro de Rega do Mira (PRM) tem vindo a diminuir, devido ao acréscimo de problemas fitossanitários emergentes e à falta de Boas Práticas Agrícolas, tais como a utilização de material são na plantação, a manutenção do bom estado fitossanitário da cultura, adequadas tecnologias de produção (fertilização, rega, etc.) e meios de proteção e conservação pós-colheita adequados, em produção integrada (PRODI) e em agricultura biológica (MPB). Este problema afeta, entre outras, a variedade Lira que desde 2009, é uma Indicação Geográfica Protegida (IGP), com a designação de "Batata-doce de Aljezur’.
A cultura é afetada por cerca de 30 vírus. Para controlar viroses há que utilizar plantas isentas de vírus obtidas por cultura de tecidos e controlar vetores e infestantes. Muitos vírus são difíceis de detetar por sintomas, mas são-no facilmente por técnicas serológicas e moleculares. Impõe-se conhecer a incidência dos vírus e seus vetores que afetam a ‘Lira’, promover a disponibilidade de materiais de propagação sãos e ainda definir uma estratégia de produção sustentável. Atender-se-á também à fase de pós-colheita, na qual as principais perdas se devem a danos mecânicos, abrolhamento, perda de água, danos por frio e podridões (Rhizopus spp. - podridão mole, Ceratocystis sp. - podridão preta, Fusarium spp. e Pseudomonas spp.).
O consumidor nacional procura cada vez mais este produto pelas suas qualidades nutricionais pelo que é necessário aumentar o potencial de produção de propágulos de qualidade (isentos de vírus e outras doenças) para os produtores, de forma a constituir-se um grupo capaz de satisfazer as necessidades da crescente procura nacional e internacional, minimizando o recurso à importação tanto de materiais para plantação, como da própria batata.