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Resultados

Um dos aspetos mais importantes a ter em conta na implementação de medidas eficientes para a luta contra espécies invasoras é determinar qual o comportamento biológico nos territórios invadidos. Um melhor conhecimento do seu ciclo de vida, através da colocação de armadilhas, permite obter informações suficientes para previsões acerca da possível evolução da espécie e como tal, redefinir medidas preventivas e de luta.

Ação 1: identificação e caraterização ecológica (INIAV e IPB)

No projeto GESVESPA foi implementada uma rede de vigilância baseada num plano de capturas, através de armadilhas entomológicas previamente definidas (modelo e isco comercial Véto-pharma), para identificar e quantificar espécimes de Vespa velutina. Pretende-se identificar e quantificar machos, obreiras e fêmeas fundadoras, bem como outros grupos de artrópodes, para esclarecimentos sobre o impacto na biodiversidade funcional, particularmente na fauna útil. A rede é georreferenciada para permitir realizar posteriormente a cartografia de invasão da espécie em território nacional.

Apresentam-se de seguida, em modo gráfico, os resultados das análises efetuadas no INIAV às amostras da rede enviadas pelos colaboradores do projeto, de Setembro de 2016 a Abril de 2018.

 

 

Durante o projeto realizaram-se ensaios em campo para identificar o melhor método de captura intensiva de Vespa velutina ao longo do seu ciclo de vida. Os ensaios decorreram num apiário com 25 colónias instaladas em modelo lusitana sito no Monte de Santa Luzia, Viana do Castelo. Foram utilizados distintos modelos de armadilhas entomológicas; 3 modelos artesanais usados por associações (AANP – Associação dos Apicultores do Norte de Portugal, APICAVE – Associação de Apicultores do Cávado e Ave e APIMIL – Associação dos Apicultores de Entre-Douro e Minho) e 3 modelos comerciais (CLAC, TAP TRAP e Véto-pharma), bem como diferentes iscos, artesanais e comerciais.

Ensaio 1: 5 modelos de armadilha; 3 repetições; isco comercial (Véto-pharma); 5 semanas; Novembro de 2016

Ensaio 2: 5 modelos de armadilha; 3 repetições; isco artesanal (CVG: vinho branco (60%), cerveja (30%), groselha (10%)); 5 semanas; Abril de 2017

Ensaio 3: 5 modelos de armadilha; 3 repetições; isco artesanal (água de lavagem de cera (60%), cerveja (30%), mel (10%)); 5 semanas; Maio de 2017

Ensaio 4: 6 modelos de armadilha; 3 repetições; isco comercial Véto-pharma + isco comercial CLAC; 5 semanas; Agosto de 2017

Os resultados preliminares dos ensaios, nomeadamente as capturas de Vespa velutina e outros insetos, nos diferentes modelos de armadilhas e com distintos iscos, são apresentados de seguida, em modo gráfico.

A caraterização genética da Vespa velutina compreendeu o recurso a exemplares recolhidos em diferentes locais do país, sendo utilizadas como referência amostras de Espanha e Itália. Com o objetivo de determinar a origem provável da invasão em Portugal, foram inclusive adicionados ao conjunto de dados, genótipos das populações de França, Coreia do Sul, China, Vietname e Indonésia de Arca et al (2015) (doi:10.1007/s10530-015-0880-9).

Representação geográfica de 212 amostras genotipadas.

O gráfico refere-se à distância genética entre amostras agrupadas por país (Yn (Yunnan) e ZJ (Zhejiang/Jiangsu) referem-se a províncias na China). As amostras de Portugal formam um grupo juntamente com as de Espanha. Alguns indivíduos das populações portuguesa e espanhola também se encontram no grupo francês (pontos amarelos).

 


Ação 2: monitorização/vigilância (FNAP e UTAD)

A rede de amostragem permanente corresponde à área do projeto, a NUTII Norte e todos os concelhos adjacentes da NUTII Centro. Esta área foi dividida em quadrículas de 10x10Km, num total de 224 quadrículas e no centro das quais se definiu um ponto central, o centróide. A uma distância mínima do centróide, num apiário sentinela (ver memória descritiva), colocaram-se 2 armadilhas entomológicas para recolha do conteúdo a cada 15 dias, durante 1 ano.

Em Dezembro de 2017 o estado da rede é o apresentado na figura abaixo, onde a verde de observam os centróides com armadilhas instaladas e a vermelho as não instaladas.

Apresenta-se inclusive uma tabela com os centróides atribuídos a cada associação de apicultores, respetivos centróides com armadilhas colocadas e número total de amostras (conteúdo das armadilhas) enviadas ao INIAV pelas associações.

Rede de monitorização/amostragem

*Desistiu do projeto

**Perdeu os centróides 219 e 221 nos incêndios florestais de 2017

A informação obtida ao longo da monitorização, nomeadamente as capturas de Vespa velutina, está disponível  e pode ser consultada nos seguintes formatos: documento para consulta e download em folha de cálculo Excel; Web Feature Service (WFS) para ser consumido via softwares e aplicações de SIG (Sistemas de Informação Geográfica).

Folha de cálculo Excel:
https://portalgeo.iniav.pt/portal/sharing/rest/content/items/047dccf6c0cb416c93f59342086c2520/data

Web Feature Service (WFS):
https://portalgeo.iniav.pt/arcgis/services/Hosted/Vespa/MapServer/WFSServer?

No âmbito do projecto GesVespa, a tarefa da UTAD consistiu em monitorizar as ocorrências anuais e, com base nestas, desenvolver um modelo de susceptibilidade do território ao avanço desta espécie. Assim, com base no histórico já recolhido e com a actualização anual da base de dados, foi desenvolvido o trabalho que pode ser consultado no relatório disponibilizado

Relatório:
https://projects.iniav.pt/gesvespa/wp-content/uploads/UTAD_RELATORIO_FINAL_GESVESPA.pdf

 

Ação 3: controlo sustentável (INIAV e IPVC)

Estabeleceram-se protocolos de cooperação com as CIM, responsáveis então por contratualizar equipas de destruição de ninhos de Vespa velutina. Estas equipas determinaram os equipamentos a utilizar, sendo os mesmos apresentados na tabela abaixo.

De modo a avaliar a eficácia dos equipamentos na destruição dos ninhos realizaram-se inquéritos às equipas de destruição. Da análise efetuada refere-se que o método mais utilizado na destruição é a incineração. De uma forma geral, as equipas consideram os EPI’s adequados e que os equipamentos adquiridos através do projeto são mais eficientes que os anteriores mas relativamente a custos de destruição e de pessoal as diferenças não são significativas. Refere-se ainda que o tempo decorrido na destruição de ninhos é mais reduzido com o equipamento adquirido pelo projeto.

Ação 4: impacto na apicultura e biodiversidade (FNAP e IPVC)

De modo a avaliar o impacto da Vespa velutina na apicultura e biodiversidade, nomeadamente outros insetos, foram realizados inquéritos aos apicultores. Até ao momento apenas contamos com um universo de 30 inquéritos respondidos.

Em 2015 as perdas de colónias devido à presença da espécie invasora rondaram os 52%. Em 2016 houve um aumento, tendo-se registado 63% de perdas.

 

Ação 5: informação/disseminação/promoção (INIAV e DGAV)

 

Formação especializada por todo o território nacional (coordenação da DGAV com participação do ICNF, INIAV e FNAP).

Material de divulgação (em desenvolvimento): brochura, vídeo e fichas de identificação da espécie realizadas pelo INIAV.

Este projeto é financiado por:
  • Poseur
  • Portugal 2020
  • União Europeia