Ação 3.4
Matéria orgânica no solo
Ação 3.4
Matéria orgânica no solo: incentivar a implementação de sistemas, culturas e práticas agrícolas que promovam o teor de matéria orgânica no solo (sequestro de carbono), incluindo o aumento da área das pastagens permanentes melhoradas
Os sistemas de produção animal extensivos, nomeadamente o de bovinos, representam um importante setor para a gestão do território e para a economia nacional. O modo mais eficiente para a alimentação dos efetivos reprodutores é o pastoreio, frequentemente englobado num sistema agro-silvo-pastoril. Nos últimos 30 anos a percentagem de Terras Agrícolas com pastagens em Portugal aumentou 31%, tendo uma área atual de cerca de 2 milhões de hectares, dos quais 68% correspondem a pastagem naturais, geralmente de baixa produtividade e baixa qualidade. Com Projeto 87 do Programa Agro (Ação 8.1), observou-se que pastagens melhoradas biodiversas, ricas em leguminosas, permitiam triplicar a produção de matéria seca e a qualidade do alimento. Dados obtidos neste projeto e no projeto PAMAF 4073, permitiram concluir que as pastagens melhoradas contribuem, em média, para um aumento da MO do solo, equivalente a 1,78 t C ha−1 ano−1, valor bastante superior ao obtido nas pastagens naturais, equivalente a 0,71 t C ha−1 ano−1. Para o cálculo do balanço de carbono nas pastagens, estima-se, por defeito, o mesmo valor da emissão de CO2 do solo, independentemente da composição botânica. No entanto, considera-se que em função de diferentes composições e proporções de géneros botânicos na pastagem poderão haver diferentes valores de emissões de CO2. As pastagens ricas em leguminosas terão um valor mais elevado de emissões comparativamente a pastagens ricas em gramíneas, resultante de uma mais baixa relação C:N o que leva a uma mineralização mais rápida dos seus resíduos pelos microrganismos. Deste modo será importante um maior número de dados que nos permitam calcular com maior exatidão o balanço final.
Os objetivos desta ação 3.4 do projeto GEEBovMit são as seguintes:
- Demonstrar que a composição e proporção de géneros botânicos (leguminosas/gramíneas) presentes nas pastagens influência o Balanço de Carbono;
- Definir quais as misturas pratenses, persistentes e altamente produtivas, que permitirão melhorar esse mesmo balanço.
Responsável pelo projeto no INIAV
Responsável pela ação3.4 no INIAV
Nuno Simões
Dados do Projeto
- Código do projetoPRR-C05-i03-I-000027-LA3.4
- Programa financiadorPRR - Plano de Recuperação e Resiliência
- MedidaRE-C05-i03 – AGENDA DE INVESTIGAÇÃO E INOVAÇÃO PARA A SUSTENTABILIDADE DA AGRICULTURA, ALIMENTAÇÃO E AGROINDÚSTRIA
- Cofinanciamento (%)100%
- Data de início2022/04/01
- Data de conclusão2025/09/30
Orçamento
Total: 368 060.32 €
INIAV: 123 118.94 €
Objetivos operacionais:
- Reduzir as emissões de GEE pela pecuária e práticas agrícolas
- Incrementar o sequestro de carbono nos solos
Objetivos:
- Demonstrar que a composição e proporção de géneros botânicos (leguminosas/gramíneas) presentes nas pastagens influência o Balanço de Carbono e definir quais as misturas pratenses, persistentes e altamente produtivas, que permitirão melhorar esse mesmo balanço.
Atividades:
- Instalação de diferentes misturas pratenses (na relação leguminosas/gramíneas), criadas em função das caraterísticas de cada um dos sete locais, que permitirão obter dados relativos à produção de biomassa, encabeçamentos, persistência das espécies vegetais, evolução dos teores de matéria orgânica e da retenção e emissão de GEE (CO2, CH4, N2O) no solo.
- Criação de uma Rede Nacional de Parcelas – Observatório, para monitorização dos parâmetros mencionados.
Resultados esperados:
- Aumento de 8% ao ano de matéria orgânica (MO) no solo em relação ao valor inicial;
- Redução de 10% nas emissões médias anuais de dióxido de carbono (CO2) do solo em relação ao valor de referência;
- Redução de 10% nas emissões médias anuais de óxido nitroso (N2O) do solo em relação ao valor de referência;
- Redução de 10% nas emissões médias anuais de metano (CH4) do solo em relação ao valor de referência;
- Maior persistência e produtividade das pastagens que permitam o aumento do encabeçamento.
EQUIPA
José Santos-Silva (INIAV)
Teresa Carita (INIAV)
Nuno Simões (INIAV)
João Paulo Carneiro (INIAV)
Rui Bessa (FMV-ULisboa)
Ricardo Bexiga (FMV-ULisboa)
Ricardo Teixeira (FMV-ULisboa)
Gonçalo Marques (IST-ULisboa)
José Pedro Fragoso de Almeida (IP Castelo Branco)
Luis Velez Peças (IP Castelo Branco)
Luis Varela Bettencourt (DRAPAl)
Matilde Rosa da Costa Vitor (DRAPAl)
Ana Barradas (Fertiprado)
José Freire (Fertiprado)
Vasco Picão Abreu (Nutriprado)
João Manuel Mamede (Nutriprado)
Francisco Manuel do Carmo Amaro (Terraprima agrícola)
Silvia Cristina Sena Bernardino (Terraprima agrícola)
Jorge Palma (Terraprima agrícola)
Bruno Gomes Amaro (Terraprima agrícola)
Nuno Rodrigues (Terraprima ambiental)
Ivo Gama (Terraprima ambiental)
Diana Soares (Terraprima ambiental)
Maria Helena Teixeira Lopes Marquez (Soc Agric Segóvia)
Nuno Miguel Pedro Carvalho Henriques (ACBM)
Gonçalo Miguel Flores Semedo (ACBRA)
Nuno José Mourato Canatário (Couto das Veladas)
Samuel António Batalha Gomes Rodrigues (ACBM)
Maria José Quintanilha (ADPM)
Gonçalo Marques (IST-ULisboa)